Dei um pulinho novamente em Madrid e apesar do frio dessa vez, consegui “turistar” um pouco. Cheguei no penúltimo dia de um festival gastronômico que aconteceu entre os dias 18 e 28 de novembro, o “Tapapiés”.

O evento, que leva o nome de uns dos bairros boêmios da cidade (Lavapiés), reuniu diferentes culturas e etnias. Cerca de cem bares participaram do concurso em que criaram uma “Tapas” (aperitivo espanhol), e serviram com a cerveja local. Com 1,50 de euro foi possível saborear iguarias de diferentes lugares do mundo. 

Com a pança cheia e feliz da vida após algumas cervejinhas, nada melhor que se emocionar diante de obras de artistas como Pablo Picasso, Dalí e Miró. Os trabalhos desses incríveis artistas e de tantos outros importantes nomes estão instalados no Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, que se encontra ao lado do bairro Lavapiés.
 

Deixa pra lá o fato que tomei algumas cervejas antes, mas é impressionante como é quase possível fazer uma viagem no tempo e sentir o estado emocional dos artistas em cada obra. É algo surreal mesmo. 

Já aqui em Roma, no MAXXI (Museo Nazionale delle Arti del XXI secolo), está rolando a pré-estreia da mostra do fotógrafo brasileiro, Sebastião Salgado. Durante sente anos, Salgado viajou pela Floresta Amazônica e retratou com muita sensibilidade detalhes significativos do lugar que chamamos de “Pulmão do Mundo”.
 
Contemplar a sua obra ao som do músico e compositor francês, Jean Michel Jarrè, nos faz refletir sobre a fragilidade desse ecossistema e sobre a situação ecológica nesse momento. A exposição revela a forte necessidade de preservação e que estamos correndo contra o tempo. 

Obras de arte são como mensagens entrelinhas, você até pode saber sobre o que é, pois sempre há a descrição, mas entende e descreve conforme está a sua energia. Ficamos ali olhando, admirando e tirando algo pra levarmos para a vida.  É muito sentimento envolvido. A imersão à cultura, à arte em geral, nos permite ver o mundo com um olhar diferente. Considero um privilégio.