
Mulheres Líderes
Gisele Gomes
Gisele Gomes é embaixadora do Programa Rede Global de Mulheres Líderes – GWLN/WOCCU no Brasil
Igualdade ou equidade de gênero?
Publicado em: 10/12/2020
Uma sociedade mais equânime é aquela que percebe esta diversidade e acolhe as diferenças. As mulheres enfrentam ainda hoje muitos desafios não apenas em relação a liderança, mas ao bem-estar social
Muitas vezes usamos as palavras igualdade e equidade de forma intercambiável. A Plataforma agenda 2030 da ONU que contempla os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável que visam a erradicação da pobreza, proteção do planeta e o alcance da paz e da prosperidade, tem o ODS 05 – alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Este alcance da igualdade significa que buscamos direitos humanos iguais enquanto seres humanos e procuramos acesso a prerrogativas universais. Mas isto não significa que sejamos iguais enquanto pessoas, mulheres ou homens. O ponto de partida do sexo biológico nos dá bases distintas enquanto indivíduos. Somos sim, biologicamente diversos. Contudo, esta diferença não quer dizer que homens são melhores em matemática e mulheres são melhores em letras. Esta distinção diz respeito às construções sociais históricas que foram se moldando ao longo dos séculos.
Precisamos compreender também que partimos de lugares sociais díspares e temos necessidades variadas (e muitas vezes básicas): informação, saúde, segurança física e psicológica, água, comida e outros. E, é exatamente neste ponto que entra a equidade. A equidade parte do princípio de que por sermos diversos e derivarmos de lócus societários diferentes é necessário que tenhamos ferramentas e dispositivos para alcançarmos paridade de gênero nas mais diferentes esferas.
Uma sociedade mais equânime é aquela que percebe esta diversidade e acolhe as diferenças. As mulheres enfrentam ainda hoje muitos desafios não apenas em relação à liderança, mas ao bem-estar social como um todo. A data em que escrevo esta coluna, 25 de novembro, é marcada como o Dia Internacional da Não Violência Contra a Mulher. Há ainda um longo caminho rumo à igualdade, mas não atingiremos este patamar se não reconhecermos a equidade como componente imprescindível para esta construção.
Todas as pessoas merecem a equivalência, ou seja, ambientes igualitários e a equidade, que prima pela análise de cada contexto e caso, e assim, irá promover um ambiente com mais justiça social.
Um abraço,
Gisele