Edição 157
BOLT PROTENSÃO
100% concreto protendido!
Texto Rejane Martins Pires
Foto(s) Kauã Veronese
Foto(s) Kauã Veronese
Publicado em 10/12/2021
Sob o comando de Julio César Barzotto, Kamila Bertol Merlin e Michel Pilatti Macedo,
a Bolt Protensão, de Pato Branco,projeta futuro de olho no desenvolvimento regional
Após anos de atuação consolidada, especialista no uso do concreto protendido, a Bolt Protensão, de Pato Branco, acredita que que possa contribuir para o desenvolvimento da construção civil na região oeste do Paraná, oferecendo o seu conhecimento no uso desta tecnologia. No seu portfólio, mais de 2 milhões de quilos de cordoalhas engraxada e mais de 200 obras em 30 cidades do Paraná e Santa Catarina.
Esses números portentosos são resultado do pioneirismo. Desde a sua criação, a Bolt traz em seu DNA a expertise do projeto à execução da estrutura protendida. Tanto é que Pato Branco, comparada a outras cidades do Estado, está muito à frente nessa tecnologia. “Se fizermos uma conta por população, proporcionalmente, acreditamos que seja a cidade que mais usa cordoalha por habitante”, explica o engenheiro civil e diretor técnico, Julio César Barzotto.
Mas a Bolt quer mais. A abertura para Cascavel e região tem um objetivo claro: desenvolver o mercado da construção civil, focando na execução de estruturas que proporcionem o aumento da produtividade no canteiro de obras e redução de custos. Esta estratégia é apoiada pelas vantagens que o sistema permite. Além do ganho de produtividade, ainda há a liberdade arquitetônica, com maiores vãos entre pilares, e sem vigas as lajes planas protendidas falicitam a distribuição das paredes, até mesmo para eventuais mudanças durante a obra. Para se ter uma ideia, o uso do concreto protendido permite vãos maiores que 50 metros, porém o mais usual e econômico está na faixa entre 8 e 12 metros.

Quanto o assunto é limpeza de obra e tempo, mais vantagens. Enquanto no concreto armado é preciso 28 dias com escoramentos, no protendido são cinco dias. “É cinco vezes mais rápido. Após a protensão, a estrutura está pronta”, explica Julio, lembrando que ainda pode reduzir o consumo de formas de madeira e consequentemente a produção de resíduos, sendo assim mais sustentável. “Foi uma inovação trouxemos ao mercado regional, mas que já está se dinfundindo no Brasil e já consolidada no exterior . Nos EUA, mais 95% das obras de edifícios em concreto usam o sistema de protensão, consolidado há mais de 50 anos”, ressalta.

Há alguns paradigmas a serem quebrados ainda, mas a adoção da tecnologia, observa o engenheiro, é o futuro da construção de estruturas de concreto. “Até mesmo pela escassez de mão de obra”, reforça a engenheira Kamila Bertol Merlin, responsável pela área administrativa e de qualidade da empresa. “A protensão é a industrialização dos processos de uma obra e, pelo trabalho ser muito organizado, traz economia e agilidade na execução”, observa.
E tem mais. Toda laje protendida é montada, conferida e testada através de pessoal qualificado e ao final do processo o cliente recebe um laudo, bem diferente do sistema convencional. Outra questão importante são os materiais e equipamentos utilizados, que passam por análises, calibragens e possuem sistema de rastreabilidade, sendo possível identificar lote e material em cada laje da Bolt.
CERTIFICAÇÃO INTERNACIONAL
A Bolt investe em certificação. Primeiro a empresa passou por um longo processo de aprendizado e certificação no Post Tensioning Institute (PTI), um instituto norte-americano reconhecido como a autoridade mundial no assunto, para depois se projetar no mercado, sempre seguindo rigorosos padrões de qualidade e segurança.

“Agora estamos finalizando o processo para passar pela auditoria da ISO 9001. É outro avanço na parte de controle tecnológico, pois por trás da aplicação dos materiais e procedimentos da protensão existem muitos protocolos visando a qualidade baseada em padrões internacionais”, afirma Kamila.
ANTES DA BOLT, VEM A PLANA
Voltando um pouco na história, antes de criar a Bolt, Julio Barzotto fundou, em 2011, a Plana Engenharia de Projeto, especializada em projetos estruturais, hidráulicos e em segurança contra incêndio (PSCIP). Na Plana, ele já fazia projetos para serem executados em concreto protendido. Em volume menor, é claro. Por questões estratégicas, necessidade de maior proximidade, e até mesmo de logística, em 2015, nascia a Bolt.
Criada por Julio, Kamila e o arquiteto Michel Pilatti Macedo, a empresa se especializou, quebrou paradigmas no sistema e abriu fronteiras. Depois de Pato Branco, avançou para cidades do oeste catarinense, em especial Chapecó, e paranaense, Cascavel e Toledo.
Toda esta musculatura da empresa se explica por alguns fundamentos: projetos 100% protendidos e compromisso de executar estruturas com qualidade e critérios técnicos. “Isso resulta na satisfação dos nossos clientes e na evolução constante de nossa equipe”, frisa Kamila.
Segundo ela, o grande diferencial da Bolt está justamente na experiência com projetos. “Surgimos de um escritório de projetos, então temos muita experiência em usar o sistema de forma eficiente e econômica, aliando teoria e prática. São duas empresas complementares com know how em projeto e execução que oferecem sempre a melhor solução”.
“Engenharia não se faz com software. Se faz com conhecimento, muito estudo e experiência ao longo de anos”
PARCERIAS BEM ALINHADAS
Embora desenvolvam grande parte dos projetos, as parcerias também são bem-vindas. “Acreditamos que podemos desenvolver o mercado em conjunto com outros profissionais, somando e oferecendo assessoria técnica sempre que necessário ao calculista e à construtora”, salienta Julio.
OBRA PREMIADA
CASA JK

A “Casa JK”, projetada por Michel Macedo e projeto estrutural do engenheiro Julio Barzotto, foi executada pela Bolt e ganhou o 1º Lugar Prêmio Talento Engenharia Estrutural 2019, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia e Consultoria Estrutural (Abece) e Gerdau S/A.
O concurso é divido em cinco categorias e a Casa JK foi vencedora na categoria Obras de Pequeno Porte, concorrendo com escritórios de todo território nacional. O projeto também foi publicado na principal revista de protensão mundial, o PTI Journal e em sites de arquitetura renomados, como Archdaily e Galeria da Arquitetura.
A estrutura, explica Michel, é composta pela sobreposição de duas lajes em apenas dois pilares e duas paredes estruturais, com grandes vãos e um balanço de 6,9 m, explorando por completo o sistema em concreto protendido. "A solução adotada para a estrutura já é a própria arquitetura, não temos revestimento de concreto, ficando tudo no seu aspecto natural".
EDIFÍCIO VILSON AMADORI
O edifício, com 20 pavimentos em concreto protendido, se caracteriza por romper o padrão tradicional do embasamento rígido e pesado para um desenho em formato escalonado. A distribuição dos pilares segue um ritmo entre vãos de pilares que nascem do chão e, passando pela garagem e apartamento, sobe até a cobertura sem necessidade de vigas de transição.

O QUE É O CONCRETO PROTENDIDO?
A protensão não aderente é uma tecnologia de alta performance para estruturas de concreto. Na sua aplicação são utilizadas cordoalhas engraxadas que substituem em parte o aço tradicional. Através de macacos hidráulicos essas cordoalhas são tensionadas introduzindo assim, forças externas na estrutura. Isso faz com que as peças (vigas/lajes) tenham uma menor perda de rigidez, melhorando o desempenho do concreto, com peças mais esbeltas. Nessa tecnologia as lajes podem ser planas maciças ou nervuradas, sem vigas, contribuindo para um processo mais otimizado se comparado ao concreto armado.