Edição 159
FOTOGRAFIA
Newborn em boas mãos!
Texto Rejane Martins Pires
Foto(s) Nany Bellin
Foto(s) Nany Bellin
Publicado em 21/03/2022
Ela é técnica de enfermagem com experiência em UTI neonatal e se especializou em ensaios newborn. Conheça o trabalho de Nany Bellin!
Fotografar o bebê nos seus primeiros dias de vida é o sonho de muitos pais. Mas, sempre há aquela dúvida: será que o ensaio newborn (recém-nascido) é realmente seguro? Como os pais devem escolher o fotógrafo do álbum de seu recém-nascido? Ainda que seja tentador fazer este tipo de registro, alguns cuidados são importantes para a saúde da criança.
Muito popular nos Estados Unidos, o ensaio newborn ganhou espaço recentemente entre os brasileiros. Em Cascavel, uma das pioneiras é a fotógrafa Nany Bellin. Segundo ela, quem conduz todo o ensaio é a criança, tudo é feito no tempo dela.
E, muito mais do que técnica fotográfica, é preciso conhecer anatomia e fisiologia do bebê. Técnica de enfermagem, Nany começou a se interessar pela fotografia de recém-nascidos quando trabalhava na UTI neo-natal.
Em 2013, após um empurrãozinho de outro fotógrafo, foi estudar fotografia de criança. O material era escasso ainda. Quase nenhuma referência. “Só tinha algumas fotos no Google, e mais nada. Comecei com a cara e a coragem, porém com a segurança de tudo o que eu aprendi sobre bebês na UTI”, diz.
Depois de alguns anos, sentiu a necessidade de entender melhor sobre o aleitamento materno e fez alguns cursos.
A experiência veio com a prática e o tempo. “Não foi fácil. As sessões costumavam durar de 4 a 6 horas. Era cansativo para os pais, para o bebê e para mim. Aos poucos, fui aprendendo a deixar aquele momento mais prazeroso”, afirma.
Em 2015, resolveu repassar suas técnicas para outros fotógrafos interessados. Já formou 500 alunos e fotografou mais de 1.200 bebês recém-nascidos.

NEWBORN NA PRÁTICA
Em primeiro lugar, é feito um briefing. Para um bom resultado, Nany faz questão de conhecer a fisiologia do bebê, saber como está o aleitamento, se é exclusivo do peito ou tem complemento, se nasceu prematuro ou atermo, se tem cólica, se faz uso de alguma medicação, se dorme bastante ou fica muito tempo acordado, e saber como está a mãe também.
Tudo isso, explica, influencia na fotografia newborn. “Se o bebê ainda não está se alimentando o suficiente, ele vai estar mais choroso, não vai dormir bem, e provavelmente deve estar perdendo peso”, explica. Por isso mesmo, prefere marcar a sessão depois da visita ao pediatra, com mais de sete dias de vida.
“Outro fator que influencia muito é cólica, e depois da consulta com o pediatra o bebe já vai estar medicado e sentindo menos ou quase nada de desconforto”, ressalta.
Com duração de no máximo três horas, não há uma regra para o tempo de vida do bebê. “Eu prefiro que o bebê tenha mais de dez dias de vida, mas já cheguei a fazer sessões com bebês atermos de dois meses”.
“Na sessão newborn quem manda é o bebê. Jamais vou forçar ele a ficar numa pose desconfortável”
CUIDADOS EXTRAS
Como os bebês ainda tem baixa imunidade, os cuidados com higiene devem ser redobrados. Além do ambiente, totalmente limpo e assepsiado, todos os acessórios são lavados antes da sessão newborn. Com a pandemia, mais atenção ainda.
“Usamos álcool 70% em tudo, máscara, e, se a criança, os pais ou até mesmo eu estiver com algum sintoma gripal, remarcamos a sessão”.
PETS TAMBÉM PARTICIPAM
Inovar em fotografia newborn nem sempre é possível. As poses, segundo Nany, são sempre as mesmas ou levemente diferentes. “O que deixa uma fotografia diferente é a experiência no estúdio. Os acessórios utilizados durante a sessão também diferenciam bastante”. A inclusão dos pets da família é uma tendência.
Tidos muitas vezes como irmãos mais velhos, dão um charme às fotos. Perrengues também estão incluídos. De mãe que não deixa segurar o bebê a banhos de xixi e cocô. “No final, dá tudo certo”, brinca.